sábado, 19 de fevereiro de 2011

ROTINA...O POST DO DESABAFO...

Há dez dias mais ou menos, li no blog da querida Yara Achôa um post muito bem colocado e escrito sobre como a mudança da rotina a que estamos acostumados afeta nossas vidas.

Antes da Duda nascer, minha rotina era de uma pessoa casada, porém,cujo marido compartilha dos mesmos interesses: academia, corrida, malhamos com o mesmo personal, baladas. Todo mundo me dizia qe com a chegada da Duda as coisas iam ficar muito diferentes. Vou confessar a vocês que, durante alguns meses da gravidez, chegamos a ensaiar fazer uma planilha de quem ia fazer o que e em que dia, pra que tudo se encaixasse perfeitamente. Tanto nos horários de treinos, que no começo não poderíamos fazer mais juntos, como nos de trabalho, visto que trabalho muito longe de casa e dois dias na semana atendo até mais tarde, chegando em casa quase sempre depois das 21h. A academia que malhamos, tem um espaço kids, que carinhosamente chamamos de "chiqueirinho", onde as crianças podem ficar a partir dos 3 meses, por um periodo de até duas horas por dia.

Tudo meio que combinado e a Duda nasceu. Obviamente eu sabia que a rotina ia mudar, mas confesso que acho que não estava muito preparada para isso. Eu sou LITERALMENTE movida a endorfina. Sou extremamente agitada, ansiosa, e descarrego tudo isso nos esportes. Pelo fato de ter feito cesárea, sabia que teria que cumprir a quarentena, mas tinha uma certeza absoluta que depois disso, poderia tentar voltar a uma rotina de esportes que me ajudasse a não "surtar".

Mas aí vem o primeiro ponto: mamadas. São a cada 3 horas. Cada uma dura de 35 a 40 minutos. Depois você troca a fralda, põe numa cadeirinha,mas nem sempre, sua filha vai querer dormir.Rs. Ela já está numa fase que quer "conversar", quer atenção, se irrita se você a deixa sozinha. Ou seja, demanda um tempo muito maior que os 60 minutos que você contou no relógio, e, definitivamente, você não vai conseguir sair pra dar uma caminhadinha ou uma corridinha.

Um dia você vai, no outro não. Num dia ela chora, no outro também. Segunda coisa: enquanto isso, a rotina das pessoas à sua volta não muda. Por mais que o marido seja companheiro, como o meu , é a sua rotina, mãe, que vai virar de pernas pro ar. É a falta de tempo pra caminhar, pra fazer a unha, pra ir a um médico, às vezes até para tomar banho que é afetada. São as pequenas coisas que você estava acostumada a fazer, naquele dia,naquele horário, e que, de repente, não há mais espaço para elas.

Sei que é uma fase, que vai passar, como todo mundo que tem filho me diz. mas, para alguém que estava acostumada com a vida tão regradinha como a minha, não tem sido fácil.

E pra você que ainda não foi mãe, como diz uma amiga minha: "Não se iluda. Isso vai acontecer com você também.". Você vai se irritar, vai chorar, vai se sentir exausta, vai ter a sensação de que as coisas não vão melhorar, mas vão.

Olhando para 1 mês atrás, que foi quando a Duda nasceu, ela não dormia mais de 3 horas seguidas. Hoje, ela já dorme 4h, as vezes 4 1/2h. Hoje, as mamadas já são num tempo menor, o que me dá uns 20 minutinhos a mais de sono a noite. Hoje, ela tem as cólicas. mas graças a Deus, tem sido durante o dia. Claro, demanda uma atenção maior, não posso dormir quando ela dorme (porque ela não dorme rs) , mas também sei que,com 3 meses, tudo isso vai melhorar.

Enfim, diante de tudo isso, faço das palavras da Yara no post dela, as minhas: "...vejo como é muito fácil deixar a rotina engolir a vida.". O negócio é saber que isso é uma fase, e que, daqui a pouco, poderei fazer minha planilha de "revezamento" com o Fabio para voltar a treinar, ir a manicure, fazer as coisas triviais.

Ser mãe é uma doação em todos os sentidos. É maravilhoso. E quando choro, me irrito, olho pro rostinho da minha filha e sinto que tenho que aproveitar cada minutinho deste "cansaço", porque vou ter saudades das caretinhas que ela faz, dos biquinhos na hora de mamar... Optamos por não ter babá justamente porque eu queria aproveitar cada segundo ao lado dela, mesmo sabendo que esta poderia ser uma tarefa mais que desgastante. Hoje, sei reconhecer cada choro, cada careta, cada "espremida", cada gritinho que ela dá. E, sinceramente, isso não tem preço.