quinta-feira, 15 de novembro de 2012

"Um tapa na cara"...

Mês passado, tive um dia para fazer o bem. Mas foi dia também, de parar pra pensar em muitas coisas.

Existe uma ONG, a MAKE A WISH , que realiza sonhos de crianças que têm suas vidas ameaçadas por doenças graves. E essa semana, através do grupo 4MOM'S , do Espaço Vila da Arte, entre muitos outros voluntários, foi a vez de realizar o sonho da Talita. Ela teve câncer nos rins, agora está bem, passando por acompanhamento, mas nunca tinha tido uma festa de aniversário. Esse era o sonho dela.

Foi uma movimentação grande, mas em uma semana, foi conseguido tudo que era necessário para fazer da festa dela um dia insquecível!

A movimentação já começou na terça, quando as meninas que iam arrumar a decoração e a mesa foram para lá. Na quarta, chegamos mais cedo, pra que a Julia e a Carol (as donas do buffet) pudessem nos das as instruções, pois todos os convidados chegariam num ônibus fretado às 15h. E a Talita só depois, pois resolveram fazer a festa surpresa para ela.

Gente, não dá pra descrever a emoção dela quando entrou no Espaço e viu todos os amigos (detalhe: do hospital), a família, e aquele sonho de festa. Ela queria a festa do Carrossel e teve muito mais que isso, porque até as princesas apareceram por lá!

Não precisa falar mais nada depois dessa foto, né?!

Nós, do grupo das Mom's, fomos voluntárias como garçonetes e monitoras. E aí, é que vem o tapa na cara.

A educação, não só das crianças, como dos pais delas, foi uma coisa que me deixou boquiaberta. A cada salgado ou bebida servidos, um "Muito Obrigada", a cada pedido, um "Por favor", os próprios pais controlando para que os filhos não "abusassem" na correria, na vontade de brincar e se divertir.

Desde que a Duda nasceu, nós começamos a frequentar esse mundo de festas infantis, e o que reparamos, na maioria das vezes, são crianças totalmente sem controle, fazem o que querem, não compartilham, agem como se o mundo fosse acabar ali. E engraçado, né? As crianças que têm doenças graves, que põem suas vidas em risco de alguma forma, não agem assim, e teriam, em tese, todos os motivos para tal...Eu digo, para agir como se o mundo fosse acabar amanhã.

Mas não foi o que aconteceu. Antes do "Parabéns pra você" fizeram uma restrospectiva em fotos e depois os Parabéns. Que feio o que vou dizer, mas foi o que todos esperaram: "a mesa de doces vai ser destruída em 4 minutos". Pois é. Parabéns, é pique é pique, chama o nome dela e nada das crianças e dos adultos que às vezes são piores que crianças , atacarem a mesa.


A mesa de doces depois de uns 10 minutos que ja tinham cantado o parabéns...

Depois de uns 15 minutos, a mãe da Talita veio nos perguntar se eles podiam pegar os doces na mesa (ééé!). Dissemos que sim, que aquilo tinha sido feito para eles. Ela então disse: "Acho que seria melhor vocês contarem o número de crianças e dividirem entre elas. Pra evitar confusão...". Explicamos a ela que não, que eles poderiam pegar. Ela então, organizou uma fila das crianças, que CALMAMENTE foram pegando os doces... Juro que fiquei chocada.


A mesa no final da festa...

Engraçado que a boa educação deveria ser o normal, né... Não uma coisa que ficamos boquiabertos quando acontece. Enfim, essa festa foi uma lição acho que para todas as Mom's que foram voluntárias,viu...

E no fim, o mais emocionante. A Talita disse pra Julia: "Tia, não queria que esse dia acabasse nunca mais!".

Nota: Tudo o que vocês viram aqui foi doado. 

A mesa

Carrossel

O bolo


A mesa

Decoração


As Mom's voluntárias


Cupcakes mara!

Bisnaguinhas de brigss


Briagadeiros Gourmet



Lembrancinhas

Lembrancinhas

Lembrancinhas

E mais lembrancinhas...


Mom's e Talita


Felicidade

Parabéns


E por que não uma foto com as princesas? rs








quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ANIVER DO "FABIM"

"Que grande coincidencia eu achar justo na minha vida, o 'amor da minha vida'." Vi essa frase uma vez nuns votos de casamento e nunca mais esqueci.

E achar o amor da vida, o "principe no cavalo branco", não significa dizer que você é perfeito, nem, como algumas pessoas dizem, que nosso casamento é perfeito.

É simplesmente ter achado a pessoa que me fez passar, com muito amor, ou à duras penas, de "moleca" a mulher "feita". É ter achado, por de trás de um "muro" um Fabio que pouquíssimos conhecem: companheiro, doce, carinhoso, generoso e engraçado. É ter uma pessoa que sabe, quando assume um compromisso, o que essa palavra significa. E tenho certeza que é isso que faz o nosso casamento dar certo.

É ter ao meu lado uma pessoa, que em 7 anos de convivência, não dormiu um dia de discussão sem resolver o problema e com quem,todos os dias que eu acordo e me pergunto: "Você quer casar com ele?", a resposta é um enorme SIM.

Você me deu a nossa jóia mais preciosa: a Duda. A mini-pessoa que provocou as mudanças mais intensas e profundas em nós dois.

E é por tudo isso, que tenho certeza, que você não é só o amor DESSA vida, mas de TODAS as minhas vidas.

Te desejo toda a felicidade possível desse mundo! Todas as realizações, todas as alegrias e todas as conquistas que você merece!

Te amo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O SEGREDO DO CASAMENTO




A sandália liiinda da Fran


Não é novidade pra ninguém o quanto eu amooo casamentos! Choro até em casamento de quem eu não conheço muito! Rs É bem verdade que alguns não tem aquela emoção toda, parece que os noivos estão ali só cumprindo um pro forma, mas há outros...

Muitos não sabem, mas ano que vem eu e o Fabio vamos casar. Quer dizer, vamos fazer uma festa com uma bênção pra comemorar. Quando fomos morar juntos eu quis muito, mas depois desencanei. Quando a Duda nasceu, me veio aquela vontade de novo, até mesmo por ela. Sei lá se muda um chip na nossa cabeça quando viramos mãe, mas eu queria que ela tivesse aquele negócio da foto dos pais casando, sabe? E outra: não sei qual será minha reação quando ela me disser "Mãe, estou indo morar com o Fulano!". Pelo menos, ela não vai poder dizer que os pais não casaram, né? Rsrs



Mas não é só isso. Acho que o casamento, seja ele uma festa grande ou mais íntima, é a hora que você reúne as pessoas que você ama para celebrar a felicidade de um encontro. Daqui até o meu ( que será em abril) tenho três, e estou adorando!

Final de semana retrasado, fomos padrinhos no casamento civil de um casal de amigos nossos: a Fran e o Pedro. O casamento foi pra poucas pessoas, no cartório e depois um almoço em um restaurante. Falando assim, vocês podem pensar que nem dá pra chorar , né? Mas esse Juiz de Paz que celebrou o casamento deles, foi o mesmo que fez o meu e o do Fabio (é, já casamos no civil rs). E ele é fantástico. Porque ele faz o que eu acho que deveria ser feito nas Igrejas também... Meio no estilo dos casamentos americanos. Os noivos fazem seus próprios votos, mas a Fran e o Pedro não sabiam e fizeram na hora, e cada convidado diz algumas palavras a eles. Até mesmo o fato deles não saberem assim como foi no nosso, deixou a coisa muito mais emocionante. Ele diz assim: "Fiquem um de frente para o outro, e façam uma declaração de amor.". Eu quase moorri de chorar, porque o Pedro chorou de ter que parar de falar para se recompor (lindo!).

Suuper emocionado!

Fran e Pedro



Eu acho muito impessoal o "Prometo te respeitar na alegria, na tristeza, bla bla bla". Acho que a hora dos votos, é a hora que você vai dizer ao seu companheiro o porquê de prometer tudo aquilo que se diz nos casamentos tradicionais...E vamos combinar: é MUITO mais emocionante. É a hora de você prometer que vai ser tolerante; que nunca vai ou pelo menos vai tentar  dormir brigado; que vai tentar ser a mesmíssima pessoa que era antes de casar ( porque afinal foi por ela que aconteceu a paixão, e as pessoas tem mania de mudar depois que casam); que vai ser a melhor amiga, mas também a melhor amante; que vai continuar se cuidando, se fazendo linda ( porque afinal é ótimo você ver que a pessoa não se rendeu ao "já estou casada mesmo, dane-se!" rs); que vai continuar se divertindo, dando risadas, com a pessoa que você escolheu pra viver...


Trancoso 2009/10

É CLARO que num relacionamento longo, a rotina chega, vem os filhos, mas o segredo, no fundo, está em renovar o casamento, e não em procurar um novo, como a maioria das pessoas faz hoje em dia.. E renovar o casamento significa casar-se, às vezes mais de uma vez, com a mesma pessoa!  De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.

Vamos ser honestos: ninguém aguenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, as mesmas piadas. Muitas vezes, não é a esposa (ou o marido) que está ficando mofada e chata, são os amigos dela (ou talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.

Então, não é preciso divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar os lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso, claro, custa caro, mas muitas uniões se acabam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos para renovar um casamento. Mas, se você se separar, concorda que seu novo companheiro (a) vai querer tudo novo? Então por que não renovar?!!

Não existe a "estabilidade"no casamento. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro, seus amigos. A melhor estratégia para manter o casamento, não é ter a relação estável, mas é saber mudar junto! Os dois precisam evoluir, estudar, aprimorar-se, fazer-se interessante, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no início do casamento. Sempre fazemos isso no trabalho, por que não fazer na própria família? É isso que procuramos fazer aqui em casa. Acho que já estamos no nosso terceiro casamento ( kkkkkkkkkkk) e indo pro quarto, oficialmente, ano que vem.

Tenho certeza que a Duda, nos vendo agir assim, sempre nos respeitará pela decisão de nos mantermos juntos e aprenderá dentro de casa a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre acontecerão; por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tentando fazê-lo sempre com o mesmo par!

Declaração de amor do civil rs
Alguma festa por aí.. rsss




Reveillon 2011/12 - Trancoso

Gravidez 2010/11


Esse post é super dedicado às minhas amigas que acabaram de casar (Fran e Raquel) e às que casam antes de mim: Cintia, Pri e Luana.

sábado, 1 de setembro de 2012

CONVERSANDO COM A DUDA...



From Luliapr's weblog



Esse post hoje é uma carta pra Duda...

Meu amor,

Ontem estava lendo a Veja dessa semana, e, como sempre, nunca começo pelo começo. Odeio começar a ler revistas pela primeira página. Abri numa página qualquer e eis que me deparo com uma reportagem gigantesca sobre o sistema de cotas. Provavelmente, um dia, quando você ler este blog ou não!  saberá o que significa este tal sistema. É um assunto bem polêmico, mas a mamãe TEM que falar disso com você.

Desde quando eu engravidei de você, a nossa maior preocupação foi com o tipo de educação que você teria. Existem inúmeras escolas, várias correntes, mas de uma coisa tínhamos certeza: a educação na escola tem que ser parecida com a que você tem em casa. Então, de nada adiantaria eu te colocar numa escola "naturalista", onde se aprende tricô, costura, culinária, se aqui em casa nós não seguimos a mesma linha. A nossa linha - minha e do seu pai- é mais na disciplina, um pouco mais "dura", vamos colocar desta forma. Hoje, as coisas são muito diferentes das da nossa época. O que acreditamos é que, se você for criada com mais disciplina, quando tiver que lidar com a liberdade, você mesma vai se impor muito mais limites...

Mas não é só isso...Queremos que você  tenha a disciplina de estudar todos os dias, que você vá bem nas provas, que você passe no vestibular numa boa Universidade. Sabemos muito bem que isso não é tudo. Sabemos que se você optar por uma carreira no mundo corporativo por exemplo, eles vão querer de você muito mais do que uma boa faculdade. Vão querer uma pessoa proativa, criativa, que pense fora da caixa, que saiba liderar. Vão valorizar pessoas que não sejam resistentes a mudanças, que saibam se comunicar, que façam da faculdade um recurso para o trabalho, que tenham experiências de vida para compartilhar. E isso, vai depender não só da escola, mas também da sua personalidade. Vai depender também de como nós, seus pais, vamos conduzir sua educação. E vai depender também óbvio, das oportunidades que poderemos te dar: um intercâmbio, um trabalho voluntário, um curso de línguas.

E falando em Universidade, vem a questão das cotas. O que o governo está prestes a decidir é um verdadeiro "assassinato" às Universidades Públicas. Elas são a maior fonte de pesquisas, conhecimentos e descobertas científicas que temos. É de lá que saem novas idéias, curas para doenças, materiais inovadores para diversas áreas. O que este tal sistema de cotas quer, é que, metade das vagas dessas Universidades sejam destinadas a alunos de escolas públicas. O que eu quero que fique claro pra você minha filha, é que não estou falando de preconceito. Estou falando de um aluno egresso de uma escola pública, entrar numa faculdade de Odontologia por exemplo, encarar uma aula de Bioquímica e sair de lá mais perdido do que entrou. E aí, qual seria a solução? Nivelar por baixo? E daí? O que aconteceria com a formação dos alunos? Qual seria o nível de conhecimento que esses alunos teriam para ingressar no mercado de trabalho? E a meritocracia na seleção? Onde fica nessa história? Os alunos das escolas públicas, não tem problema para entrar nas Universidades Federais porque são pobres, negros, índios, brancos ou amarelos, mas sim, por causa  um ensino pra lá de deficiente que recebem a vida escolar inteira...

A reforma tem que vir debaixo...Lá do ensino fundamental, eu diria até do infantil. É um absurdo, uma professora concursada do Estado, que dá aula para alfabetização, falar "menas vezes", "bocejar" ao invés de "bochechar", "guspir" ao invés de "cuspir". E são essas as professoras que ensinam os alunos a ler e escrever...Tem alguma coisa errada aí, não tem não?!

É realmente uma pena que uma escola que cobra R$ 1400,00 de mensalidade para educação infantil, tenha fila de espera de três anos para matricular uma criança. É a isso que temos que nos submeter, já que o governo não arca com suas responsabilidades... E Deus nos ajude a ter condições de pagar uma boa escola pra você, meu amor. Porque senão, o jeito vai ser você vai entrar nas cotas como descendente de índio ( já que seu tataravô era um...) para garantir a sua vaga na Universidade.

Te amo,

Mamãe.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

E O LADO BOM DE NÃO TREINAR...

Confesso que desde o diagnóstico da fratura, eu estava beeem baixo-astral... Sem vontade NENHUMA de fazer qualquer outro esporte, sem vontade de ir à academia, enfim, comendo igual uma maluca e chorando pelos cantos... Só que essa não sou eu... Então, resolvi dar um chega pra lá nesse "encosto" que estava me "possuindo" - rsrs - e voltar a treinar e aproveitar o tempo livre pra curtir mais minha filha.

Eu participo de um grupo fechado no Facebook, chamado 4Mom's. É um grupo muito legal, que tem mães do Brasil inteiro, onde trocamos dicas, convites para eventos infantis e fazemos até umas "terapias" em grupo virtuais. Foi lá, que na quinta-feira, eu vi um convite para uma Oficina de Arte ao ar livre, promovida pela Casa do Brincar. A proposta era um picnic num parque que fica ao lado da Nossa Senhora do Brasil, cada família levava suas "guloseimas", toalha e eles disponibilizariam tinta, tecido funcionando como telas para as crianças pintarem, pincéis e música, das 10:00 às 12:00. Em períodos normais de treino, esse horário seria impraticável pra nós, mas já que não estou correndo...

De verdade, e com absoluta certeza, foi a melhor coisa que fiz! O dia estava lindo, céu azul sem nenhuma  nuvem, e a felicidade da Duda durante essas duas horas foi impagável. Ela chegou meio tímida, sem saber muito o que fazer com aquelas tintas, aqueles pincéis, mas quando se "soltou" não queria mais parar! Pintou o tecido, o pé, a mão, o pai e a mãe kkkkkk. Ficou descalça, se sujou, interagiu com outras crianças... Não quis a "maledeta" da chupeta um minuto sequer! Rs Correu ( aliás coisa que ela tem feito muito bem! rs), deixou a grama colar no pé sujo de tinta, pintou as duas mãos e sujou mães e filhas que estavam perto dela... ai meu Deus! rs







Às vezes, ficava tão bitolada na corrida, corrida, corrida, que estava sacrificando os finais de semana dela também... São Paulo já não é uma cidade que propicia muito essas atividades, e quando aparecia nunca levávamos por causa dos treinos... Quer saber? Esse período parada tem me ensinado muita coisa...


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E lá se foram 36 anos....

CATEDRAL ANGLICANA DE SÃO PAULO

Dia 21/08 foi meu aniversário e dessa vez, diferente de quase todos os outros anos da minha vida, a primeira coisa que fiz foi ir à Igreja agradecer por tudo de bom que aconteceu na minha vida no ano que passou, e por todas as coisas "ruins" também. Acho que de agosto/11 a agosto/12, eu aprendi mais coisas do que na minha vida inteira.

Foi o ano que me tornei mãe. E aprendi na sua essência verdadeira o que é isso. Eu não fui daquelas grávidas que já amava de paixão o filho desde a barriga. Apesar de ser extremamente emocional, eu acredito que qualquer tipo de amor, inclusive o que existe entre mães e filhos é construído com a convivência. Claro que quando a Duda nasceu, eu me apaixonei à primeira vista ( quem não se apaixonaria?!), mas o amor materno, aquele do qual as pessoas falam o tempo todo, este,vem sendo construído ao longo desses quase dois anos com ela. Aprendi que tem horas sim, que você perde a paciência, que dá vontade de jogar tudo pro alto e sair correndo literalmente, mas em um lapso de segundo, você olha para aquele rostinho, e vê que nunca mais na sua vida dá pra viver sem ela. Hipocrisia da mãe que disser que nunca perdeu a paciência! Mas, aquilo que dizem que, depois que você tem filhos, eles estão sempre em primeiro lugar, é a mais pura verdade. E, sinceramente, é a melhor sensação do mundo. Não daria pra passar nessa vida sem ter tido a experiência de ser mãe.

AMOR INCONDICIONAL


Foi ano que aprendi também, que não se pode confiar nas pessoas 100%. As pessoas podem até se perguntar: "Nossa, mas com 36 anos e ainda não sabia disso?". Pois é. Ou não sabia ou não queria enxergar. Uma coisa é certa: quando é pra salvar a própria pele, as pessoas te jogam no fogo e dane-se você. Mudam a história, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, e pra elas fica tudo certo. Mas agradeci muito a Deus / Universo por isso. Acho que isso já me vinha sendo mostrado há muito tempo, mas esse ano, a paulada foi tão grande, que eu não tive opção: aprender ou aprender. Eu sempre fui daquelas pessoas com 50 turmas, 45678 milhões de "amigos", falava da minha vida pra Deus e o mundo vide o blog rs, amava todo mundo. Gente, não dá pra ser assim. Que pena.

Foi o ano de aprender também, que ser amiga nem sempre é compartilhar e dar palpite em tuuuuudo. Você pode sim dar palpite, você pode sim aconselhar, mas não pode tomar as dores...É difícil, né?! Ser imparcial em situações envolvendo pessoas que você adora é realmente complicado. Mas é o melhor a se fazer. Acho que ser amiga hoje pra mim, é ser mais como uma psicóloga sabe? Mostra um lado, mostra o outro, e deixa a pessoa seguir o que ela acha que é melhor pra ela. E se não der certo a escolha, o seu papel como amiga é estar lá pra dar um ombro amigo. Só.

Aprendi também que você pode planejar a sua vida nos mínimos detalhes, mas as coisas vão acontecer como elas tiverem que acontecer. Desde janeiro vinha me planejando pra fazer a Maratona de Chicago, treinando direitinho, fazendo fisio preventiva, musculação, elevando o volume aos poucos para não me quebrar. Mas aquela dor da qual falei no post passado, era nada mais nada menos, que outra fratura por stress. Então, não teve jeito: maratona pro saco. Chorei, me revoltei, xinguei, fiquei num mau-humor do cão só o Fabio sabe....,  mas cheguei à conclusão que poderia ter feito o que fosse, isso não ia curar minha fratura. Então ok. Oito semanas parada e bola pra frente. Contei com o apoio de algumas pessoas MUITO especiais nessa fase ( Mãe, Vivi,  Fabio e David ) que me ajudaram a enxergar de uma forma mais "leve" tudo isso...

PENDURANDO OS TÊNIS POR 8 SEMANAS...


E em consequência disso, também aprendi a falar menos, BEM menos da minha vida. Semana passada fui ao Centro tomar um passe e o orientador me disse: "Minha filha, escolha para quem falar as coisas da sua vida. É do ser humano sentimentos como a inveja. E esse sentimento é como uma lança que vai apontada diretamente pra você.". Eu sempre adorei postar meus treinos, minhas evoluções, o que ia fazer ou deixar de fazer. Não só aqui, mas em Facebook, Twitter e por aí vai. Então, cancelei minha conta no Twitter, posto bem menos no Facebook (até porque isso me tomava um tempo gigaaaante!) e estou tentando me controlar pra ser menos "bocão". Ontem fiz um "limpa" nos meus "amigos" de Fb. Aqueles que adoram só olhar, que não comentam ( na sua página né?! Mas adoram falar DE você pra Deus e o mundo), foram excluídos. Que bom. Menos quantidade e mais qualidade!

Talvez por tudo isso, o conteúdo do blog mude um pouco... Primeiro tinha pensado em excluí-lo, mas esse é meu jeito de me satisfazer como "blogueira" (quaaanta pretensão!) rs.

Tomara que em agosto/13, quando eu fizer o balanço dos meus 37 anos, eu não tenha cometido os mesmo erros dos 36. Que Deus me ajude, me ilumine e me guarde nesse novo ano que pra mim se inicia!


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A GOLDEN 4 SP E ALGUMAS COISINHAS MAIS....



Essa foto foi tirada pelo pessoal da Asics na chegada. O choro não foi de alegria ou de emoção. Foi de dor. Dor física e dor da alma. Passou um filme na minha cabeça de tudo o que treinei, de quantos momentos com a minha familia e amigos eu abdiquei em prol de um sonho. Sonho este que está a um passo de não se concretizar.



Dia 05/08 foi a Golden 4 Asics aqui em São Paulo. É uma prova ótima, percurso bom, boa hidratação e era pra ser uma "prévia" em termos de Chicago.

O que acontece é que duas semanas antes da prova, comecei a sentir depois de um treino, a panturrilha. Fisio daqui, gelo dali, parei de correr durante este tempo, porque achei que fosse apenas um "stress muscular" por conta da maratona. Na semana da G4 voltei a treinar, ainda sentindo um pouco, e domingo fui pra prova.

Foi um fds especial, porque a Vivi, uma amiga de Curitiba veio pra cá, ficou em casa, relaxamos bastante antes de domingo. A prova em si, era pra ser especial. mas não foi bem isso que aconteceu.

Combinei com o David, meu fisio, que ele me "pegaria" no km 12 pra me puxar e terminar comigo a prova. Já saí com uma dorzinha chata na panturrilha, que foi aumentando com a distância, mas resolvi continuar ( como eu ODEIO ser assim! ). Além disso, o cardio não estava dos melhores, pelas duas semanas que havia ficado parada. Quando encontrei o David, disse pra ele o que estava acontecendo e fomos administrando até o final.

Foi o meu pior tempo de meia maratona desde que comecei a correr. Eu sei que para muitos, o meu tempo "quebrada" é um sonho. Mas para mim, foi um horror (1h52m). Junto ao tempo, veio a pergunta: "E agora pra treinar pra Chicago?".

Hoje, 13/08, faltam menos de 2 meses pra prova. A dor na panturrilha permanece e ninguém consegue descobrir o que é. Não é por falta de exames, de um bom médico, de um bom hospital, de um bom fisio. Simplesmente é um MISTÉRIO.

Eu nunca fui muito boa em lidar com frustrações. Eu surto, choro, fico mal mesmo. Se fosse uma prova qualquer, iria sofrer, mas não como essa. Chicago foi uma prova planejada desde quando a Duda estava na minha barriga. Ou seja, quase dois anos sonhando em fazê-la. Eu estava no melhor do meu cardio, da minha performance, planejando tempo apesar de saber que nao devemos pensar em tempo na primeira maratona , TODOS OS DIAS fechando os olhos e me vendo cruzar aquela linha de chegada, sentindo a emoção ( pode me chamar de louca, mas às vezes sentia tão real que até chorava!) de terminar a minha primeira maratona. Não adianta os meus amigos que estão acompanhando tudo isso, o Fabio que é para quem mais está sobrando rebarbas dessa história, meu treinador, o David, me falarem que eu tenho mais "n" provas pela vida, que posso planejar outras , etc, etc... Acho que não gosto de perder....

Eu não sei se vou poder mais correr essa prova. Amanhã é a minha última tentativa para que alguém descubra o que é isso. Conversei com meu treinador e, se ficar mais 15 dias parada, posso pendurar meu tênis pra essa maratona. Não quero mais criar NENHUMA expectativa de ir pra Chicago. Isso não é ser pessimista, é ser realista, é saber que sou uma pessoa que talvez não "saiba" levar um tombo...

Que horrível. Sério. Não quero de jeito nenhum que a Duda seja assim! Sei que não depende só de mim, que isso terá muito a ver com a personalidade dela... Mas...Que Deus ouça as minhas preces e me faça mostrar a ela que a vida é feita de altos e baixos e que, pro nosso bem e crescimento, devemos aprender a lidar muito bem com eles.

Amém!

DIA DOS PAIS


Papai,

Se eu já soubesse escrever, começaria dizendo que você foi a maior surpresa como pai. Quando eu estava na barriga da mamãe, jamais poderia imaginar que você seria esse paizão.
Desde o nascimento até todas as noites que você nem deixa a mamãe levantar quando eu choro... 
"Papai" foi a primeira palavra que eu falei e quase morro de felicidade todas as noites quando você chega do trabalho.

Amei você ter sido o unico pai presente na reunião da escola. Adorei você ter deixado a teoria do "nana nenê" de lado e me por pra dormir com vocês algumas noites...E eu adoro dormir segurando seu dedo, so pra saber que estou protegida...

Gosto como você me ensina a ser independente, me deixando levar o Nick pra passear na rua, me ensinando como colocar a comida na boca sem fazer "aquela" sujeira que a mamãe que morrer ( rs) , me deixando "lavar" o cabelo na hora do banho!
Eu ainda não converso com as minhas amiguinhas da escola, mas quando eu fizer isso, tenho certeza que vou dizer a elas que você é o melhor pai do mundo...

Tenho muito orgulho de ser sua filha!

Te amo muito!

Duda

Minha mãe mandou esse texto pro Fábio. Achei simplesmente perfeito:


PELOS OLHOS DE MANUELA   (Ricardo Allan)

' Outro dia, ela me disse: "Papai, tá tudo lindo!".  Mirei pela janela
do carro e vi céu azul, grama verde, ipês amarelos e a arquitetura de
Brasília.  Nada que me impressionasse, enfim.  Uma menina de três anos
percebe beleza onde  um adulto enxerga apenas monotonia.  No universo
infinito dos seus sentidos, as coisas têm cor, gosto, som, cheiro  e
tessitura singulares.
Vê-la descobrir a vida e aprender a usar as palavras é um espetáculo
único.  A realidade da minha filha é povoada de fadas, príncipes,
bruxas, deuses, heróis e vilões.  Nela, pedras conversam, vegetais
sentem e animais se emocionam.  As amizades são viscerais.  O
cotidiano é uma sucessão de histórias fantásticas, algumas mais
parecidas com viagens alucinógenas.
Na escala de    evolução intelectual, moral, espiritual e afetiva do
ser humano, as meninas estão no topo, seguidas das mulheres.  Só
depois, vêm os meninos.  Por último, os homens, causadores de quase
todo o flagelo existente.  Quem rouba a inocência de garotinhas,
merece destinos piores do que  morte.
Meninas têm lógica peculiar.  Num dia já longínquo, apressdado, disse
à minha filha que, se demorássemos, não encontraríamos o que era então
seu bem mais precioso.  A pergunta que se seguiu: "Papai, como é que a
chupeta vai fugir se você trancou  porta?"...  Em outra ocasião, ela
me pediu um cavalo de presente.  "Mas, meu amor, onde eu vou pôr um
cavalo?", indaguei.  "Você compra uma fazenda par ele morar lá, ué!".
Claro.
Segundo o ensinamento cristão, só se salva quem tem o coração puro
como o de uma criança.  Sou específio: a redenção está na riqueza de
alma das meninas.  Míope, astigmático e cético, prefiro vr pelos olhos
de Manuela, que deixam tudo mais verdadeiro, até o egoísmo e a
crueldade infantis.  Os meus só conseguem se maravilhar quando pousam
no seu rosto.
As pessoas costumam dizer para um pai estreante qu a vida dele mudará
para sempre.  Em geral, é um alerta para a responsabilidade de
sustentat e orentar alguém.  Depois que Manuela nasceu, de fato,
nuncamas fui o mesmo.  Não pelo peso, que não há.  Mas porque me
apaixonei perdidamente por ela.  Mal consigo conter a ansiedade pela
chegada de Olívia, que vem por aí."

sexta-feira, 20 de julho de 2012

EU, A INSÔNIA E OS PENSAMENTOS...



Tá... 3:07 da manhã e eu aqui parecendo uma coruja... Eu e minha panturrilha  meus pensamentos... Insônia é sinônimo de não estar correndo, pra quem me conhece bem... Na corrida eu extravaso, choro, grito, dou risada, tiro os "bichos"de dentro de mim... daqui a duas horas, vou pra uma ressonância magnética ( coisas que você só consegue em São Paulo!), ver o que está acontecendo... Isso me tira o sono? Sim. Porque tenho uma prova daqui a 80 dias, que será seria a prova da vida, mas que pode estar condenada. Mas isso é um assunto tão, mas tão supérfluo, perto do que tirou meu sono hoje, que fica pra outro, ou talvez, nenhum post.

Meu pai, quando éramos pequenas, sempre dizia uma frase: "Filha, seja honesta e não vai ser rica. Mas pelo menos vai deitar sua cabeça no travesseiro e dormir com a consciência tranquila". Será um defeito você se envolver com os problemas das pessoas que você realmente gosta? Será um defeito, você conviver tanto tempo com um funcionário, acabar se afeiçoando a ele e ficar preocupada com o tipo de problema que você pode causá-lo se demiti-lo, se se desfizer de um negócio? Será que é certo algumas vezes na vida você tomar decisões sendo mais "egoísta", e não pensar na reação em cadeia que vem por trás da sua ação?

Eu acho bem clichê quando estou com um problema e uma pessoa me diz: "Olhe pro lado e você vai ver que tem pessoas em situação bem pior que a sua". Ou pelo menos achava até hoje. Tenho uma funcionária, que hoje veio me contar que o marido perdeu o emprego, ela sempre levou a casa dela "meio que nas costas", mas está cansada, esgotada, que o dinheiro agora só com o emprego dela, não pagam as contas BÁSICAS. Ela me contou que há alguns meses, vem cortando supermercado, comprando só o arroz e feijão, porque senão não tem dinheiro para pagar o aluguel. Ela é uma pessoa super sofrida, tem pouca idade, mas muita experiência de vida, e me corta o coração ver uma menina tão esforçada passando por tudo isso. Qualquer um pode pensar: "Ah, cada um no seu quadrado. Cada quadrado tem seus problemas, você tem os seus, ela tem os dela". Mas será que algum de nós já parou pra se colocar no lugar dessa menina? Será que algum de nós sabe o que é ter que escolher entre pagar o aluguel e por comida na casa? Com certeza, das pessoas do "meu quadrado" não. Podemos até nos colocar no lugar dela, mas SABER efetivamente o que é essa situação, isso não.

Eu convivo, por causa da minha profissão, e pelo monte de gente que conheço, com pessoas de quase todos os "quadrados". Para uns, o "problema do dia" é resolver qual garrafa de vinho vai tomar num jantar de amigos; para outros, resolver qual a sandália vai colocar pra ir ao shopping com as amigas; para outros, o problema é para onde ir nas férias; para outros, é fazer ou não um plano de saúde para não depender mais do SUS; para outros, é escolher um dos filhos que tem o que é mais urgente para fazer na boca, porque não pode pagar para os dois; e para outros é resolver o que vai ser: o aluguel ou a comida?

Eu tomei algumas decisões de vida esse ano. Decisões que não afetam só a mim, mas a pelo menos uma meia dúzia de pessoas. Demorei exatos 15 anos pra tomar coragem e resolver, mas ao longo desse tempo, a quantidade de pessoas que serão afetadas por ela, são muito maiores. Se eu tivesse tomado essa decisão aos 18, seriam apenas duas pessoas: minha mãe e meu pai. E talvez minha vida tivesse sido muito diferente. Talvez eu não morasse em São Paulo, não tivesse o Fábio, não tivesse a Duda, não tivesse na minha vida as "n"pessoas que amo ter ao meu lado hoje. Teria outra profissão, e também sei lá como estaria me sentindo hoje em relação a ela. Como eu disse no post anterior, o destino é algo que você não pode discutir o que passou, mas você pode mudar. Cedo ou tarde, por decisões "erradas" que você acha que tomou. Além das pessoas que estão à minha volta na minha vida pessoal, tenho pelo menos 200 pessoas que "dependem"de mim, que não posso simplesmente dizer: "Tchau, estou indo viver minha vida estou indo buscar meu caminho que eu nem sei se é este!". Se teve um valor que eu aprendi em casa foi a responsabilidade. Responsabilidade de terminar o que comecei, de não "pisar"nos outros para seguir meu caminho, se não prejudicar ninguém que tenha de alguma forma "acreditado"em mim...

Minha cabeça está uma confusão. Hoje, na volta do trabalho, vim exatos 41km chorando sem parar. Chorando de raiva de mim mesma por tomar uma decisão que afete tanta gente mas agora eu PRECISO disso pra ser feliz , chorando por ter feito uma escolha profissional tão errada e só ter tido coragem para mudar depois de QUINZE anos, chorando por ver que os problemas do meu quadrado são tão pequenos perto dos de algumas pessoas que convivem comigo, chorando porque gostaria de evitar que a Duda passasse por frustrações assim na vida mas sei que elas serão necessárias pro crescimento dela. Chorei porque fiz com que algumas pessoas muito importantes na minha vida, acreditassem e investissem em mim, e de alguma forma, gostaria de recompensá-las por isso.

Cheguei em casa, fui pro quarto da Duda, e pedi muito a Deus, que a guie pelo caminho certo na vida. Frustrações, tristezas, dissabores, todo mundo tem. Não quero que a vida dela seja perfeita, mas quero poder tentar ajudá-la a seguir um caminho independente do que nós, eu e o Fábio, pensemos...Quero que ela ligue menos para o que as pessoas achem dela e seja autêntica. Quero que ela escolha uma profissão que a permita ser feliz e, ao mesmo tempo, possa conquistar as coisas dela com as próprias pernas. São as poucas coisas que desejo... Ela já teve a "sorte" de nascer num quadrado que pode proporcioná-la mais chances... E, de verdade, quero de alguma forma, poder mostrar isso a ela muito antes do que eu aprendi...


domingo, 8 de julho de 2012

"AQUELA COISA CHAMADA SAUDADE..."

Acho que não existe uma coisa mais dolorida que saudade.Saudade de amigos, de família, de situações,de épocas vividas, e, por incrível que pareça, até mesmo de coisas que eu não vivi.

Esses dias, conversando com o Fábio sobre como nossa vida mudou depois da Duda, ele me disse uma frase, que, a princípio, até concordei, mas por algumas situações que passei essa semana, percebi que não é bem assim. Ele disse:"Foi bom termos aproveitado muito, porque só podemos ter saudade daquilo que já vivemos". Em parte isso é uma verdade, mas por outro lado, sabe aquela coisa que você espera, cria na sua cabeça como vai ser,e de repente, ela não acontece? É disso que estou falando: saudade da expectativa que você criou e não aconteceu...

Semana passada, um amigo meu da 8 série, postou essa foto:


Faz muito tempo! E lembro como se fosse hoje de cada uma dessas pessoas. A maioria se perdeu no tempo, ficamos anos sem ter notícia uns dos outros,e aí, pelo Facebook, nos achamos.É engraçado isso, né? O Fabio sempre fala que as amizades são cíclicas, que uns vão, outros vem, e poucos ficam. Eu sempre me recusei a aceitar essa teoria dele, mas é a mais pura verdade...E não é porque não queiramos que as pessoas permaneçam nas nossas vidas.É pura e simplesmente, pelo movimento da própria vida.

Eu não sei se é porque moramos em São Paulo, mas impressão que dá é que nunca temos tempo para nada. Não temos tempo para ver os amigos, para dar um telefonema, para levar o filho no Zoológico, para ir ver a família.Com o celular então, parece que todas essas coisas tornaram-se totalmente "supérfluas". Como eu tenho saudade de quando entrei na Faculdade e as minhas amigas de Brasília me escreviam cartas que guardo até hoje... 



E aqui nessa cidade louca, nesse corre-corre, passa um ano e você se dá conta que aquela amiga querida, que você fala quase todos os dias por mensagem, whats app, Facebook, que mora ao lado da sua casa, você não viu o ano inteiro...E assim a vida vai passando e a impressão que dá é que estamos acompanhando de fora, como num cinema, a nossa própria vida passar.

Há muitos dias, quando vou colocar a Duda para dormir, fico olhando pra ela, e já tenho saudade dessa fase que ela está. Num piscar de olhos, quando a gente menos esperar  ela vai estar enorme, indo pra balada, ou não rs, nem querendo mais dormir em casa, achando um "mico"dar um beijo na gente na porta da escola...



Sinto falta da minha mãe, com quem falo religiosamente todos os dias, mas não está fisicamente aqui ao meu lado... E, às vezes, um colo de mãe faz tanta falta... Saí de casa com 18 anos e não voltei mais. Quando ela falava sobre a saudade que tinha de mim, que telefonemas diários não eram suficientes para abrandar a falta, eu achava bobagem...Mas hoje, de verdade, meu maior desejo é que ela pudesse morar perto de mim...




E a ausência do meu pai... Essa é uma saudade que dói, que não passa, que apenas me acostumei com ela... Eu não tinha com ele a amizade que tenho com a minha mãe, mas ele tinha o jeito "Marcelo Viana" de ser, que faz muita falta. Engraçado, "piadista", tinha umas tiradas que só ele sabia fazer...



Tenho saudade até de quem está todos os dias ao meu lado. Pela correria, a Duda, coisas importantes pra fazer, o cansaço, o trânsito caótico, deixamos às vezes de lado, as coisas mais simples e gostosas da vida: sentar no sofá, tomar um vinho, conversar, perguntar como foi o dia, jantar à mesa (!). Há alguns dias estabelecemos uma regra em casa: pegar no telefone o mínimo possível depois que passamos da porta de entrada. Senão, fica cada um no seu mundo virtual e esquece do real. E nisso, pegamos muito um no pé do outro. Na verdade, mais o Fábio no meu que eu no dele. Tenho saudade das coisas boas que já vivemos, das viagens que fizemos, das corridas que podíamos fazer juntos (afinal, nos conhecemos por causa dela), mas como ele mesmo diz: "Ainda bem que fizemos tudo isso porque só assim podemos ter saudade". Hoje a nossa vida é muito diferente em função da Duda, mas muito mais colorida também. Acho que os filhos mudam o casamento pra melhor: mais companheirismo, mais cumplicidade (mais!!), muito mais amor. Quanto ao resto - as baladas, as viagens, as saídas - ainda estamos tentando nos adaptar, pela opção que fizemos de não ter uma babá. E não me arrependo nenhum minuto dessa escolha que fizemos.



Tenho saudade de todos os meus amigos: os que estão perto, os que estão longe, aqueles com quem só falo uma vez por ano, mas parece que nunca deixo de falar. São pessoas tão importantes na minha vida e que tenho "raiva" de mim mesma de deixar tanto tempo passar sem encontrá-los.

Ontem eu perdi uma amiga muito, mas muito querida. Pelo movimento da vida. Tínhamos várias coisas planejadas juntas, que esperávamos há muito tempo que acontecesse. E essas coisas que não aconteceram, vão deixar saudade. Ainda bem que desde o acidente que sofri quando eu estava grávida, eu procuro, sempre que tenho vontade, dizer às pessoas que estão ao meu lado, o quanto eu as amo. E com ela não foi diferente. Vai fazer uma falta gigante. Estou com um buraco no meu coração, mas cada dia mais, penso que Deus, o Universo, ou quer que seja que as pessoas acreditem, faz as coisas acontecerem da forma que tem que ser. E não cabe a mim, discutir essa coisa doida que se chama destino... 

Um dia li um texto perfeito sobre saudade, e um trecho é este:

"Saudade é temer a vinda do novo e teimar em achar que o velho sempre será a melhor parte dessa obra de arte, chamada vida." (o texto é maravilhoso, e está na íntegra, aqui )



terça-feira, 26 de junho de 2012

OS 25KM DA MARATONA DE SP

Como contei no post passado, o foco agora é a Maratona de Chicago. A planilha está indo de vento em popa! No sábado do dia 17/06, o meu treino eram 24km. No meio da semana, recebo um email do Miltinho, meu treinador, me perguntando se não gostaria de fazer os 25km da Maratona de SP. Detalhe: com ele me puxando.

Falando assim, parece fácil, mas o Miltinho é um corredor NATO. Tem maratona pra 2h49min, e ele me puxar, foi o mesmo que ele dizer: "Você vai morrer!". Tenho dois grandes amigos corredores, a Ju e o Frots, e, nas nossas brincadeiras, criamos a ZV ( zona de treinamento "vomitando") - rs. Pois com certeza, essa seria a zona de frequência da prova. Como adoro um desafio, mesmo morrendo de medo, resolvi aceitar. Mas antes de aceitar efetivamente, eu ainda tinha um segundo "probleminha": tinha que perguntar ao Fabio, se ok ele ficar com a Duda praticamente o dia todo, já que a chegada dos 25km eram na USP e eu não sabia como ia embora. Pra variar (amo), "Fabim" concordou e aí sim, pude dar a certeza pro Miltinho.

Um aluno dele conseguiu as inscrições em cima da hora ( que, diga-se de passagem, também corre muito), e, lá fui eu pro primeiro desafio do ano. Por causa desse aluno do Miltinho, largamos simplesmente, ATRÁS da elite! Uma coisa de louco! Aqueles caras que sonhamos  ver de perto, que correm a pace de 3:00 km/min, estavam bem ali, na minha frente. Além de mim, do Miltinho e do Mário, largaram conosco o Frots e a Isa - que tinha uma meta parecida com a minha (2h10min), por isso resolvemos ir juntar, para uma puxar a outra.

A meta do Miltinho para mim, era um pouco mais ousada: ele queria que eu fechasse os 25km em 2h05min! Saímos muito bem, porque não pegamos todo aquele "trânsito" de gente de uma prova como a Maratona de SP e já encaixamos o ritmo que ele queria. Confesso que nos primeiros km ainda olhava o Garmin, mas depois desencanei, porque ele e o Mario estavam verdadeiros relógios me puxando.

A prova foi TOP demais!!! Se eu fosse muito rica, ia sempre levar um "coelho"comigo rssss. Não me preocupei em pegar água, em jogar água na cabeça, em pegar gel. Estava a própria celebridade escoltada pelos dois! No km18, começaram as dores típicas de quem vai "quebrar", mas eles não me deixavam diminuir. O Mario me perguntou qual era meu recorde de meia maratona, e disse a ele que era 1h47min. Então ele me disse: "Você vai bater seu recorde de meia!! Vai passar pra 1h44min!!". A prova nem eram 21km, mas quando ele me disse isso, olhei no Garmin e vi que faltavam 800m para os 21, dei um gás, sabe lá Deus como e passei os 21km para exatamente 1h44min05s!!!!!

Dali pra frente, o que eu fizesse era lucro, mas sabia o plano que o Miltinho tinha pros 25km... Eu estava TODA travada, mas me veio à cabeça o treinamento, a fisio com o David Homsi , o Fabio cuidando da Duda. Ali não eram SÓ 25km... Era muita coisa envolvida. E fui... E quando faltavam 400m, que eu não tinha mais perna pra correr, o Miltinho e o Mario começaram a gritar: "Vaaaiiii, vaiiiii Debs!!". E quando passou o pórtico, que eu olhei pro Garmin: 2h05min49s!!!! E olho pra frente, quem está ali? Meu fisio, o David! Aí não deu pra segurar a choradeira, né?! E já emendou num telefonema pro Fabio para contar do tempo!

Foi uma prova muito especial. Além de terminar no tempo planejado, pude ver com quantas pessoas posso contar! Quem diz que corrida é um esporte individual, está muito, mas muito enganado! Outra prova disso que estou falando, veio duas horas depois, quando terminamos a maratona com a Renata, uma amiga muito especial!

Ainda faltam quatro meses para a maratona, sei que tem chão, mas me sinto cada vez mais bem preparada para esse desafio gigante que vem por aí...

A META ATINGIDA!!!
À ESQUERDA O FROTS E À DIREITA O DAVID HOMSI


OS AMIGOS MARA QUE A CORRIDA ME TROUXE!

DA ESQUERDA PARA A DIREITA: ISA, RÊ, EU, MILTINHO E DANILO

DUAS PESSOAS QUE EU AMO E PONTO. JU E FROTS!

A RAZÃO DE TUDO NA MINHA VIDA <3