quinta-feira, 31 de maio de 2012

A PRIMEIRA MEIA MARATONA DEPOIS DA DUDA!

Esse post, na verdade, era para ter sido escrito em novembro do ano passado. Queria ter aproveitado toda a sensação maravilhosa depois da prova pra escrever, mas não deu. Confesso que dei uma desencanada do blog, porque, na verdade, ele foi feito pra compartilhar as experiências de uma corredora grávida,né?

Mas, esses dias, recebi um email muito fofo, de uma "amiga virtual" do sul, que também correu a gravidez toda, me disse que o blog tinha sido meio que uma "fonte de inspiração" para ela correr e me perguntou o porquê de eu ter parado de postar. Não só dela,mas recebi alguns emails ao longo desses meses, me perguntando se eu já tinha voltado a correr, como estava conciliando com a vida de mãe,enfim...

Acho que até pelo meu momento atual, seja legal eu voltar a postar novamente. Depois da meia de Brasília, tive uma fratura por stress, já me recuperei e já estou em pleno treinamento para a maratona de Chicago! A primeira maratona, enfim, não parece mais um sonho tão distante.

Mas primeiro, vamos a Brasília. A meia foi dia 6 de novembro. Voltei a treinar a corrida com assessoria, em agosto, então, não tinha tanto tempo assim pra me preparar, e ainda tinha o "agravante" de estar 4 kg ainda acima do meu peso de quando engravidei. Meu treinador me explicou que mesmo eu tendo uma boa base, seria um treinamento duro, porque tínhamos pouco tempo e eu esta há quase sete meses sem correr.

Para treinar pra essa meia, os treinos foram divididos em duas vezes por semana na esteira e um longo no sábado na USP. Eu odeio correr na esteira, mas, como não temos babá, os dois fazem academia, os dois correm, tem o trabalho, etc, tivemos que fazer um revezamento por aqui. Então, as terças e quintas eram os meus dias de treinar. O porém, é que eram só esses os dias que eu dispunha pra isso, então, além da corrida neste dia, tive que conciliar a musculação. Para isso, acordava as 4:30 da manhã, para chegar na academia às 5, correr até às 6 e fazer musculação das 6 às 7. Juro que foram três meses sofridos, porque meu corpo não estava acostumado com esse novo horário, e, vamos combinar, que isso é uma "agressão" ao corpo, a não ser que você consiga dormir às 8 da noite ( o que, definitivamente, não era o caso aqui rs).

Mas, eu além de ser disciplinada, sou muito competitiva comigo mesma, sabia que mesmo que "MORRESSE", iria treinar pra essa prova.

Não tenho como não falar do apoio incondicional do Fabio. Quando decidi fazer essa prova, ainda amamentando, ele me disse: "Vamos nos virar pra você fazer essa meia". E assim mesmo foi. Como disse antes, ele também corre, e também iria fazer a meia de Brasília comigo, então, ele também tinha que treinar. Durante a semana ok, porque revezávamos os dias, mas o sábado chegava a ser engraçado. Eu ia pra USP antes, às 5:30, fazia meu longo, e quando terminava, lá estava ele chegando com a Duda e toda a sua parafernália. Aí, ele ia correr, e eu ficava andando com ela de carrinho pela USP. Toda essa operação de guerra, que começava às 5 da manhã, só terminava lá pelas 11, hora que chegávamos de volta em casa.

E, finalmente, chegou o dia da prova. O dia estava lindo, vários amigos foram também pra fazer essa meia, e o percurso era muito favorável a um tempo bom: os sete primeiros km de descida. Eu, quando estou numa prova, me deixo contagiar pela adrenalina. Saí "apavorando" na largada e ouvi o Fabio gritar: "Vai devagar, senão você vai quebrar!". Você acatou? Nem eu! kkkkkkkkkkk

Os doze primeiros km fiz muito forte. Encontrei um amigo que estava a mais de 12km/h, e assim fomos juntos até o 12km. Mas aí - rsrs- as descidas acabaram, e começou uma subida chata, que diminuiu muito meu ritmo. Confesso que no 18km, olhava para os lados procurando uma ambulância - kkkkkkkkk -, e ainda bem que não achei nenhuma!

No 20km, váááários amigos gritando, incentivando e aí não deu pra segurar o choro. Fui chorando do 20 ao final, compulsivamente, passando um filme do último ano da minha vida na minha cabeça, de como ela tinha mudado com a Duda, e, de como tínhamos nos adaptado a essa nova realidade. Chorei de felicidade, de saber que o que muitos falavam pra mim - de que ter a Duda ia me impedir de correr pela loucura da rotina- não era verdade, chorei por ter um marido tão companheiro e participativo, que não só me apoiou com palavras, mas também com atitudes, muitas vezes abdicando de treinos dele pra que eu pudesse treinar. Pra coroar ainda mais essa meia tão especial, bati meu recorde em 21km: terminei a prova em 1h:47min!!!

Enfim, essa meia foi muito especial, porque marcou não só meu retorno às corridas, mas também a certeza de que estamos fazendo a coisa certa: desde o início não quisemos babá, quisemos curtir cada momento, participar de cada conquista dela, e para isso, precisamos abrir mão sim, de coisas como a balada - que adorávamos- mas não de uma vida saudável e da corrrida, que sempre amamos.

O combinado depois da meia foi: 2012 eu faria Maratona de Chicago e em 2013 será o ano do Fabio treinar pro Ironman de 2014. Mas esses já são assuntos pra outro post!

PS: a camiseta aí da foto, mandei fazer especialmente para essa prova. Não teria como não deidcar esses 21km aos dois amores da minha vida! (camiseta feito pelo Augusto, da vamos correndo.)




Na largada
Com os amigos antes da largada!


O sacrifício...

 



O choro...
A recompensa...

E essa medalha foi pra ela...