segunda-feira, 27 de agosto de 2012

E O LADO BOM DE NÃO TREINAR...

Confesso que desde o diagnóstico da fratura, eu estava beeem baixo-astral... Sem vontade NENHUMA de fazer qualquer outro esporte, sem vontade de ir à academia, enfim, comendo igual uma maluca e chorando pelos cantos... Só que essa não sou eu... Então, resolvi dar um chega pra lá nesse "encosto" que estava me "possuindo" - rsrs - e voltar a treinar e aproveitar o tempo livre pra curtir mais minha filha.

Eu participo de um grupo fechado no Facebook, chamado 4Mom's. É um grupo muito legal, que tem mães do Brasil inteiro, onde trocamos dicas, convites para eventos infantis e fazemos até umas "terapias" em grupo virtuais. Foi lá, que na quinta-feira, eu vi um convite para uma Oficina de Arte ao ar livre, promovida pela Casa do Brincar. A proposta era um picnic num parque que fica ao lado da Nossa Senhora do Brasil, cada família levava suas "guloseimas", toalha e eles disponibilizariam tinta, tecido funcionando como telas para as crianças pintarem, pincéis e música, das 10:00 às 12:00. Em períodos normais de treino, esse horário seria impraticável pra nós, mas já que não estou correndo...

De verdade, e com absoluta certeza, foi a melhor coisa que fiz! O dia estava lindo, céu azul sem nenhuma  nuvem, e a felicidade da Duda durante essas duas horas foi impagável. Ela chegou meio tímida, sem saber muito o que fazer com aquelas tintas, aqueles pincéis, mas quando se "soltou" não queria mais parar! Pintou o tecido, o pé, a mão, o pai e a mãe kkkkkk. Ficou descalça, se sujou, interagiu com outras crianças... Não quis a "maledeta" da chupeta um minuto sequer! Rs Correu ( aliás coisa que ela tem feito muito bem! rs), deixou a grama colar no pé sujo de tinta, pintou as duas mãos e sujou mães e filhas que estavam perto dela... ai meu Deus! rs







Às vezes, ficava tão bitolada na corrida, corrida, corrida, que estava sacrificando os finais de semana dela também... São Paulo já não é uma cidade que propicia muito essas atividades, e quando aparecia nunca levávamos por causa dos treinos... Quer saber? Esse período parada tem me ensinado muita coisa...


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E lá se foram 36 anos....

CATEDRAL ANGLICANA DE SÃO PAULO

Dia 21/08 foi meu aniversário e dessa vez, diferente de quase todos os outros anos da minha vida, a primeira coisa que fiz foi ir à Igreja agradecer por tudo de bom que aconteceu na minha vida no ano que passou, e por todas as coisas "ruins" também. Acho que de agosto/11 a agosto/12, eu aprendi mais coisas do que na minha vida inteira.

Foi o ano que me tornei mãe. E aprendi na sua essência verdadeira o que é isso. Eu não fui daquelas grávidas que já amava de paixão o filho desde a barriga. Apesar de ser extremamente emocional, eu acredito que qualquer tipo de amor, inclusive o que existe entre mães e filhos é construído com a convivência. Claro que quando a Duda nasceu, eu me apaixonei à primeira vista ( quem não se apaixonaria?!), mas o amor materno, aquele do qual as pessoas falam o tempo todo, este,vem sendo construído ao longo desses quase dois anos com ela. Aprendi que tem horas sim, que você perde a paciência, que dá vontade de jogar tudo pro alto e sair correndo literalmente, mas em um lapso de segundo, você olha para aquele rostinho, e vê que nunca mais na sua vida dá pra viver sem ela. Hipocrisia da mãe que disser que nunca perdeu a paciência! Mas, aquilo que dizem que, depois que você tem filhos, eles estão sempre em primeiro lugar, é a mais pura verdade. E, sinceramente, é a melhor sensação do mundo. Não daria pra passar nessa vida sem ter tido a experiência de ser mãe.

AMOR INCONDICIONAL


Foi ano que aprendi também, que não se pode confiar nas pessoas 100%. As pessoas podem até se perguntar: "Nossa, mas com 36 anos e ainda não sabia disso?". Pois é. Ou não sabia ou não queria enxergar. Uma coisa é certa: quando é pra salvar a própria pele, as pessoas te jogam no fogo e dane-se você. Mudam a história, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, e pra elas fica tudo certo. Mas agradeci muito a Deus / Universo por isso. Acho que isso já me vinha sendo mostrado há muito tempo, mas esse ano, a paulada foi tão grande, que eu não tive opção: aprender ou aprender. Eu sempre fui daquelas pessoas com 50 turmas, 45678 milhões de "amigos", falava da minha vida pra Deus e o mundo vide o blog rs, amava todo mundo. Gente, não dá pra ser assim. Que pena.

Foi o ano de aprender também, que ser amiga nem sempre é compartilhar e dar palpite em tuuuuudo. Você pode sim dar palpite, você pode sim aconselhar, mas não pode tomar as dores...É difícil, né?! Ser imparcial em situações envolvendo pessoas que você adora é realmente complicado. Mas é o melhor a se fazer. Acho que ser amiga hoje pra mim, é ser mais como uma psicóloga sabe? Mostra um lado, mostra o outro, e deixa a pessoa seguir o que ela acha que é melhor pra ela. E se não der certo a escolha, o seu papel como amiga é estar lá pra dar um ombro amigo. Só.

Aprendi também que você pode planejar a sua vida nos mínimos detalhes, mas as coisas vão acontecer como elas tiverem que acontecer. Desde janeiro vinha me planejando pra fazer a Maratona de Chicago, treinando direitinho, fazendo fisio preventiva, musculação, elevando o volume aos poucos para não me quebrar. Mas aquela dor da qual falei no post passado, era nada mais nada menos, que outra fratura por stress. Então, não teve jeito: maratona pro saco. Chorei, me revoltei, xinguei, fiquei num mau-humor do cão só o Fabio sabe....,  mas cheguei à conclusão que poderia ter feito o que fosse, isso não ia curar minha fratura. Então ok. Oito semanas parada e bola pra frente. Contei com o apoio de algumas pessoas MUITO especiais nessa fase ( Mãe, Vivi,  Fabio e David ) que me ajudaram a enxergar de uma forma mais "leve" tudo isso...

PENDURANDO OS TÊNIS POR 8 SEMANAS...


E em consequência disso, também aprendi a falar menos, BEM menos da minha vida. Semana passada fui ao Centro tomar um passe e o orientador me disse: "Minha filha, escolha para quem falar as coisas da sua vida. É do ser humano sentimentos como a inveja. E esse sentimento é como uma lança que vai apontada diretamente pra você.". Eu sempre adorei postar meus treinos, minhas evoluções, o que ia fazer ou deixar de fazer. Não só aqui, mas em Facebook, Twitter e por aí vai. Então, cancelei minha conta no Twitter, posto bem menos no Facebook (até porque isso me tomava um tempo gigaaaante!) e estou tentando me controlar pra ser menos "bocão". Ontem fiz um "limpa" nos meus "amigos" de Fb. Aqueles que adoram só olhar, que não comentam ( na sua página né?! Mas adoram falar DE você pra Deus e o mundo), foram excluídos. Que bom. Menos quantidade e mais qualidade!

Talvez por tudo isso, o conteúdo do blog mude um pouco... Primeiro tinha pensado em excluí-lo, mas esse é meu jeito de me satisfazer como "blogueira" (quaaanta pretensão!) rs.

Tomara que em agosto/13, quando eu fizer o balanço dos meus 37 anos, eu não tenha cometido os mesmo erros dos 36. Que Deus me ajude, me ilumine e me guarde nesse novo ano que pra mim se inicia!


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A GOLDEN 4 SP E ALGUMAS COISINHAS MAIS....



Essa foto foi tirada pelo pessoal da Asics na chegada. O choro não foi de alegria ou de emoção. Foi de dor. Dor física e dor da alma. Passou um filme na minha cabeça de tudo o que treinei, de quantos momentos com a minha familia e amigos eu abdiquei em prol de um sonho. Sonho este que está a um passo de não se concretizar.



Dia 05/08 foi a Golden 4 Asics aqui em São Paulo. É uma prova ótima, percurso bom, boa hidratação e era pra ser uma "prévia" em termos de Chicago.

O que acontece é que duas semanas antes da prova, comecei a sentir depois de um treino, a panturrilha. Fisio daqui, gelo dali, parei de correr durante este tempo, porque achei que fosse apenas um "stress muscular" por conta da maratona. Na semana da G4 voltei a treinar, ainda sentindo um pouco, e domingo fui pra prova.

Foi um fds especial, porque a Vivi, uma amiga de Curitiba veio pra cá, ficou em casa, relaxamos bastante antes de domingo. A prova em si, era pra ser especial. mas não foi bem isso que aconteceu.

Combinei com o David, meu fisio, que ele me "pegaria" no km 12 pra me puxar e terminar comigo a prova. Já saí com uma dorzinha chata na panturrilha, que foi aumentando com a distância, mas resolvi continuar ( como eu ODEIO ser assim! ). Além disso, o cardio não estava dos melhores, pelas duas semanas que havia ficado parada. Quando encontrei o David, disse pra ele o que estava acontecendo e fomos administrando até o final.

Foi o meu pior tempo de meia maratona desde que comecei a correr. Eu sei que para muitos, o meu tempo "quebrada" é um sonho. Mas para mim, foi um horror (1h52m). Junto ao tempo, veio a pergunta: "E agora pra treinar pra Chicago?".

Hoje, 13/08, faltam menos de 2 meses pra prova. A dor na panturrilha permanece e ninguém consegue descobrir o que é. Não é por falta de exames, de um bom médico, de um bom hospital, de um bom fisio. Simplesmente é um MISTÉRIO.

Eu nunca fui muito boa em lidar com frustrações. Eu surto, choro, fico mal mesmo. Se fosse uma prova qualquer, iria sofrer, mas não como essa. Chicago foi uma prova planejada desde quando a Duda estava na minha barriga. Ou seja, quase dois anos sonhando em fazê-la. Eu estava no melhor do meu cardio, da minha performance, planejando tempo apesar de saber que nao devemos pensar em tempo na primeira maratona , TODOS OS DIAS fechando os olhos e me vendo cruzar aquela linha de chegada, sentindo a emoção ( pode me chamar de louca, mas às vezes sentia tão real que até chorava!) de terminar a minha primeira maratona. Não adianta os meus amigos que estão acompanhando tudo isso, o Fabio que é para quem mais está sobrando rebarbas dessa história, meu treinador, o David, me falarem que eu tenho mais "n" provas pela vida, que posso planejar outras , etc, etc... Acho que não gosto de perder....

Eu não sei se vou poder mais correr essa prova. Amanhã é a minha última tentativa para que alguém descubra o que é isso. Conversei com meu treinador e, se ficar mais 15 dias parada, posso pendurar meu tênis pra essa maratona. Não quero mais criar NENHUMA expectativa de ir pra Chicago. Isso não é ser pessimista, é ser realista, é saber que sou uma pessoa que talvez não "saiba" levar um tombo...

Que horrível. Sério. Não quero de jeito nenhum que a Duda seja assim! Sei que não depende só de mim, que isso terá muito a ver com a personalidade dela... Mas...Que Deus ouça as minhas preces e me faça mostrar a ela que a vida é feita de altos e baixos e que, pro nosso bem e crescimento, devemos aprender a lidar muito bem com eles.

Amém!

DIA DOS PAIS


Papai,

Se eu já soubesse escrever, começaria dizendo que você foi a maior surpresa como pai. Quando eu estava na barriga da mamãe, jamais poderia imaginar que você seria esse paizão.
Desde o nascimento até todas as noites que você nem deixa a mamãe levantar quando eu choro... 
"Papai" foi a primeira palavra que eu falei e quase morro de felicidade todas as noites quando você chega do trabalho.

Amei você ter sido o unico pai presente na reunião da escola. Adorei você ter deixado a teoria do "nana nenê" de lado e me por pra dormir com vocês algumas noites...E eu adoro dormir segurando seu dedo, so pra saber que estou protegida...

Gosto como você me ensina a ser independente, me deixando levar o Nick pra passear na rua, me ensinando como colocar a comida na boca sem fazer "aquela" sujeira que a mamãe que morrer ( rs) , me deixando "lavar" o cabelo na hora do banho!
Eu ainda não converso com as minhas amiguinhas da escola, mas quando eu fizer isso, tenho certeza que vou dizer a elas que você é o melhor pai do mundo...

Tenho muito orgulho de ser sua filha!

Te amo muito!

Duda

Minha mãe mandou esse texto pro Fábio. Achei simplesmente perfeito:


PELOS OLHOS DE MANUELA   (Ricardo Allan)

' Outro dia, ela me disse: "Papai, tá tudo lindo!".  Mirei pela janela
do carro e vi céu azul, grama verde, ipês amarelos e a arquitetura de
Brasília.  Nada que me impressionasse, enfim.  Uma menina de três anos
percebe beleza onde  um adulto enxerga apenas monotonia.  No universo
infinito dos seus sentidos, as coisas têm cor, gosto, som, cheiro  e
tessitura singulares.
Vê-la descobrir a vida e aprender a usar as palavras é um espetáculo
único.  A realidade da minha filha é povoada de fadas, príncipes,
bruxas, deuses, heróis e vilões.  Nela, pedras conversam, vegetais
sentem e animais se emocionam.  As amizades são viscerais.  O
cotidiano é uma sucessão de histórias fantásticas, algumas mais
parecidas com viagens alucinógenas.
Na escala de    evolução intelectual, moral, espiritual e afetiva do
ser humano, as meninas estão no topo, seguidas das mulheres.  Só
depois, vêm os meninos.  Por último, os homens, causadores de quase
todo o flagelo existente.  Quem rouba a inocência de garotinhas,
merece destinos piores do que  morte.
Meninas têm lógica peculiar.  Num dia já longínquo, apressdado, disse
à minha filha que, se demorássemos, não encontraríamos o que era então
seu bem mais precioso.  A pergunta que se seguiu: "Papai, como é que a
chupeta vai fugir se você trancou  porta?"...  Em outra ocasião, ela
me pediu um cavalo de presente.  "Mas, meu amor, onde eu vou pôr um
cavalo?", indaguei.  "Você compra uma fazenda par ele morar lá, ué!".
Claro.
Segundo o ensinamento cristão, só se salva quem tem o coração puro
como o de uma criança.  Sou específio: a redenção está na riqueza de
alma das meninas.  Míope, astigmático e cético, prefiro vr pelos olhos
de Manuela, que deixam tudo mais verdadeiro, até o egoísmo e a
crueldade infantis.  Os meus só conseguem se maravilhar quando pousam
no seu rosto.
As pessoas costumam dizer para um pai estreante qu a vida dele mudará
para sempre.  Em geral, é um alerta para a responsabilidade de
sustentat e orentar alguém.  Depois que Manuela nasceu, de fato,
nuncamas fui o mesmo.  Não pelo peso, que não há.  Mas porque me
apaixonei perdidamente por ela.  Mal consigo conter a ansiedade pela
chegada de Olívia, que vem por aí."